terça-feira, 25 de março de 2008

Desabafo

Porque ninguem consegue ver quem eu sou?
Pessoas que acreditei que me conheciam foram capaz de me magoar profundamente recentemente com uma visão altamente distorcida de quem eu sou.
Ando me sentindo tão só, sinto falta de colo, de carinho para me confortar nesses dias tão monotonos.
Na minha vida tudo acontece tão rapido, dores, amores, amizades, na mesma rapidez em que aparecem essas coisas dissipam muito rapido.
Nunca tive um namoro inocente da infancia, o sorvete desculpa para o beijo dos casais nunca fez parte de minha historia.
Não posso dizer que tenho uma historia cruel, porem uma triste historia vivi.
Amar uma pessoa com toda as suas forças e descobrir que esse amor é uma ilusão pode detruir para toda uma vida as esperanças em um coração.
Não sei porque estou desabafando aqui afinal criei este blog para outros fins, mas precisava escrever o que meus lábios não podem falar já que em minha vida não há sequer um individuo com quem eu possa desabafar.

Um comentário:

Unknown disse...

versos de amor(augusto dos anjos)
Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, chupo-a . . ilusão treda!
O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda a boca que o não prova engana.


Quis saber que era o amor, por experiência,
E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,
Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,
Todas as ciências menos esta ciência!


Certo, este o amor não é que, em ânsias, amo
Mas certo, o egoísta amor este é que acinte
Amas, oposto a mim. Por conseguinte
Chamas amor aquilo que eu não chamo.


Oposto ideal ao meu ideal conservas.
Diverso é, pois, o ponto outro de vista
Consoante o qual, observo o amor, do egoísta
Modo de ver, consoante o qual, o observas.


Porque o amor, tal como eu o estou amando,
E Espírito, é éter, é substância fluida,
É assim como o ar que a gente pega e cuida,
Cuida, entretanto, não o estar pegando!


É a transubstanciação de instintos rudes,
Imponderabilíssima, e impalpável,
Que anda acima da carne miserável
Como anda a garça acima dos açudes!


Para reproduzir tal sentimento
Daqui por diante, atenta a orelha cauta,
Como Marsias — o inventor da flauta —
Vou inventar também outro instrumento!


Mas de tal arte e espécie tal faze-lo
Ambiciono, que o idioma em que te eu falo
Possam todas as línguas decliná-lo
Possam todos os homens compreendê-lo!


Para que, enfim, chegando à última calma
Meu podre coração roto não role,
Integralmente desfibrado e mole,
Como um saco vazio dentro d'alma!

Idealismo


Falas de amor, e eu ouço tudo e calo
O amor na Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.


O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?


Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
— Alavanca desviada do seu fulcro —


E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
ama a ti mesmo e etras o mundo.

klaws